Medos, frustrações, ansiedades, depressão e preocupações. Com a pandemia de Covid-19, a nossa vulnerabilidade veio à tona. De uma hora para outra, muito mais gente buscou ajuda profissional para lidar com as questões da mente e as dores da alma.
Recentemente, a cantora Sandy declarou que começou a fazer terapia aos 18 anos, para conseguir lidar de forma mais leve com a exposição na mídia que tinha na época. Mas não é preciso lidar com o mostro da fama para ter um motivo para buscar uma terapia. Os especialistas dizem, inclusive, que todo mundo deveria aderir às sessões, para desenvolver o autoconhecimento. Segundo o professor do curso de Psicologia da Anhanguera, Guilherme Cosme, se a pandemia trouxe à tona problemas, também trouxe mudanças. “Com as sessões on-line, por videochamada, no conforto de suas casas, as pessoas puderam se sentir até mais à vontade para abordar na terapia assuntos que teriam dificuldades de expor em sessões presenciais”.
Para o especialista, a terapia é recomendada a todas as pessoas que desejam entender e lidar melhor com os seus próprios sentimentos e pensamentos. “Criou-se um mito de que a terapia é algo somente para quem tem transtornos psiquiátricos, o que não é verdade. Claro que a terapia é necessária, também, em casos delicados em que o quadro clínico possui origem diagnóstica em aspectos psicológicos do indivíduo. Mas na relação com o psicólogo, o paciente pode verbalizar aspectos de si mesmo, formando uma autoconsciência, reconhecendo fraquezas e forças que sozinho não poderia identificar”.
Com a terapia, o paciente pode manter e criar relações mais saudáveis, além de controlar suas emoções nos mais diversos aspectos da vida. Além disso, por intermédio do autoconhecimento pode-se desenvolver novas habilidades, como melhorar a comunicação, diminuir a timidez, ou superar aspectos que podem ter sido desencadeados por algum evento traumático vivido no passado.
COMO ESCOLHER O PSICÓLOGO?
O especialista diz que existem diversos tipos de psicoterapias diferentes na psicologia, entre clássicas, alternativas e modernas. Entre as mais comuns, destacam-se, a Psicanálise e a Terapia Cognitivo-Comportamental.
Por isso, para quem está começando, vale a pena marcar uma primeira sessão, compartilhar suas dores com o psicólogo, e verificar de que forma aquele profissional poderá ajudar. Inclusive, é comum que a pessoa conheça diferentes profissionais até encontrar “o seu psicólogo ou psicóloga” durante essa fase de “descobrimento”.
AMIGO NÃO É PSICÓLOGO
O especialista lembra que o seu amigo, que sempre tem um ombro para oferecer, não deve ser considerado como psicólogo. “As pessoas próximas ou conhecidas, que têm alguma relação afetiva conosco, nem sempre são as pessoas indicadas para dizer o que precisamos ouvir. O profissional da psicologia, com o seu conhecimento e metodologia somados a sua postura neutra, pode trazer outro olhar ou ponto de vista, com palavras claras que vão ajudar de fato o paciente”.
QUANDO É HORA DE PARAR?
Como as pessoas geralmente buscam a terapia quando estão com algum problema, vêm a dúvida: quando é a hora de parar?
“Isso depende de cada caso. Algumas vezes o próprio terapeuta avisa que o ciclo está chegando ao fim e que em mais algumas sessões a terapia poderá ser encerrada. Há casos em que o paciente não tem empatia com o profissional, e assim decide dar um tempo. Há também situações em que a relação paciente e psicólogo é duradoura, mesmo depois de o problema inicial já ter sido resolvido. É preciso atenção redobrada nos casos em que a psicoterapia envolve diagnósticos psiquiátricos ou circunstâncias mais sérias que possam comprometer a qualidade de vida ou mesmo colocar o paciente em risco. Nestes casos, o psicólogo não pode obrigar o paciente a continuar, mas se responsabiliza pelo encaminhamento, orientações e redirecionamento a outros profissionais e ou serviços que possam garantir a proteção e o bem-estar do paciente”, finaliza